sexta-feira, 21 de maio de 2010

Carreira e Profissões: A Mulher no Mercado de Trabalho

A Mulher no Mercado de Trabalho

 
Nas últimas décadas, as mulheres invadiram o mercado de trabalho. No Brasil, a participação feminina aumentou expressivamente: em 1999 representavam 41,4% da PEA contra 31,7% em 1979.  Esse ingresso veio associado a transformações nas relações familiares e conjugais (como exemplo, o número de famílias chefiadas por mulheres encontra-se em constante crescimento – em 1989 representavam 20,1%, em 1999 chegou a 26%). Esses avanços, no entanto, encobrem obstáculos importantes a serem superados no século XXI.

O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas  elaborou dois índices para mensurar o avanço feminino na sociedade e no espaço de trabalho: o índice de desenvolvimento relacionado ao gênero (GDI)’ e o ‘índice de poder (empowerment - EM) de gênero.  No primeiro índice, o Brasil ocupa a 66ª posição, bem atrás da Argentina , Uruguai  e México e até de países islâmicos como a Malásia  e a Líbia . No índice EM, o Brasil não se posiciona melhor (dados de 1998).
Em outras palavras, as mulheres representam mais de 40% da força de trabalho no país. Porém, esta inserção ainda é preponderante nas ocupações e ofícios que guardam correlação direta com as funções que elas desempenham no espaço doméstico, tendo menor status social e demandando menor qualificação formal; conseqüentemente auferindo menor renda .

E, apesar de estudarem por um período mais longo, obtendo no setor industrial, por exemplo, um ano a mais de escolaridade do que os homens, o diferencial de remuneração persiste elevado: em São Paulo, por exemplo, as mulheres recebem, por hora, 76% do rendimento obtido pelos homens e o desemprego feminino fica sempre acima do masculino. E quanto maior a escolaridade, maior a diferença salarial entre homens e mulheres na mesma ocupação. Esse padrão se repete em muitos países.  Mas, para mulheres brancas, esta diferença em relação aos homens está caindo. Projeções indicam que daqui a 30 anos não haverá mais discriminação salarial contra elas.
As barreiras, visíveis e invisíveis, que mantêm as mulheres fora dos cargos mais qualificados e mais bem remunerados são inúmeras: a feminização de determinadas profissões e sua subseqüente desvalorização, resistências sociais, a maternidade e a desigualdade na divisão das tarefas domésticas, a falta de massa crítica de mulheres nas organizações, etc.

Mas as mulheres reivindicam, cada vez mais, os seus direitos e conforme apontado em pesquisa da Harvard Business Review as empresas estão mudando as suas estratégias de forma a recrutar e reter mulheres qualificadas.
Algumas das mudanças implementadas:

- diálogo extenso sobre as mudanças necessárias na cultura organizacional (workshops e reuniões dirigidas);

- implementação de políticas para equiparar salários e oportunidades;

- designação de responsáveis pela implementação de mudanças;

- avaliação (quantitativamente e qualitativamente) de progressos em áreas específicas.

Como ocorre na grande maioria dos processos de mudança organizacional, a liderança e as iniciativas específicas partem da alta hierarquia da empresa e são depois difundidas por todo o corpo empresarial. A briga que as mulheres precisarão enfrentar para conseguir uma maior igualdade envolve poder. E será travada cada vez mais em todas as esferas: políticas, dentro de casa e na empresa.

As principais tendências associadas ao avanço das mulheres no mercado de trabalho são:
- penetração maior de mulheres em ocupações antes restritas aos homens (na indústria, por exemplo, as mulheres avançam em profissões como soldadores e operadores de máquinas);

- maternidade adiada e menor número de filhos;

- aumento do padrão de consumo familiar e do investimento em educação;

- crescente reivindicação por igualdade cívica e política.

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